quinta-feira, 22 de março de 2012

PROJETO SÃO JOSÉ: Líderes reagem após delação de sobrepreço



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O deputado Carlomano também rebateu as afirmações de Roberto Mesquita de que o São José só contempla quem apoia a gestão estadual
FOTO: MARÍLIA CAMELO
Para Carlomano Marques, a denúncia feita pelo deputado Cavalcante é ´mentirosa´ e ´ irresponsável ´.

A denúncia feita pelo deputado Delegado Cavalcante (PDT) da tribuna da Assembleia Legislativa, na terça-feira, de que existe superfaturamento em licitações para obras do Projeto São José, foi rebatida ontem, pelos líderes do Governo na Casa. O deputado Carlomano Marques (PMDB), vice-líder governista, criticou Cavalcante e o deputado Roberto Mesquita (PV), outro que também falou mal dos meios de execução do projeto.

Carlomano foi menos cáustico em sua crítica contra Mesquita e bastante forte em relação a Cavalcante, a quem debochou quando, referindo-se ao deputado, disse: "um Cavalcante desse" e o acusou de "mentiroso, aproveitador, irresponsável, papa-hoste" e de precisar estudar "a tabuada para aprender fazer conta de somar e de dividir".

Para Carlomano, todos os dados apresentados pelo Delegado Cavalcante estão errados e que ele foi "irresponsável" ao fazer tal denúncia. Segundo Cavalcante, na localidade de Pedra Grande, em Morada Nova, um projeto para 60 famílias foi avaliado pela associação comunitária em R$ 244 mil, mas após ser reavaliado pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), o valor caiu para R$ 78 mil.

Outro dado repassado pelo pedetista ocorreu em Quixelô, onde segundo ele, o projeto está no valor de R$ 397mil e também há suspeita de superfaturamento, porém afirma que mesmo assim a SDA aprovou o projeto.

Carlomano garantiu que os números repassados por Cavalcante estão errados. De acordo com ele, o projeto de Quixelô é de R$ 671 mil. O peemedebista explicou que cada projeto é diferente, pois depende da localização das casas se estão perto ou longe da fonte que será responsável pelo abastecimento de água.

Geograficamente

"Então você pode ter o projeto de água de 50 famílias que é mais caro do que o de 100 famílias. Por que? Porque essas 50 estão geograficamente afastadas. E o ponto de captação é mais complicado, então cada projeto é um projeto", enfatizou.

Carlomano também defendeu o secretário Nelson Martins, assegurando que ele jamais estaria conivente com qualquer tipo de ilegalidade na SDA. "Quando ele (Delegado Cavalcante) diz que o projeto foi super faturado e foi aprovado pelo secretário Nelson Martins, ele está acusando o secretário de uma ilicitude gravíssima. Não é verdade, Deputado Delegado Cavalcante. Vossa excelência não tem estatura política nem moral administrativa e nem qualidades civis de dizer que o secretário Nelson Martins está conivente com obra super faturada".

Carlomano ainda rebateu as afirmações do deputado Roberto Mesquita (PV) de que no projeto São José só são contemplados aqueles que dão apoio à atual administração estadual. O parlamentar disse que ele, vice-líder do governo na Assembleia, já fez pedidos para vários projetos e a maioria não foi atendido. "Ou sou muito incompetente ou o Governo é que é muito competente", observou, atentado para o fato de que existem critérios técnicos a serem seguidos para a aprovação dos projetos.

Quadrilha

Delegado Cavalcante sustentou sua denúncia de que há realmente superfaturamento em algumas licitações do São José. Ele alega existir uma quadrilha que atua no Vale do Jaguaribe e se aproveitava da "inexperiência e do não conhecimento" dos componentes das associação para burlarem as licitações para garantirem o superfaturamento.

O parlamentar deixou claro que em momento algum criticou o Governo ou o Programa São José, mas fez um alerta sobre a existência dessa quadrilha que quer ganhar dinheiro em cima das licitações e que "armou para o secretário Nelson Martins". Para o Delegado Cavalcante, as declarações de Carlomano Marques se resumiram a um discurso politiqueiro.

"Tudo que ele (Carlomano Marques) falou foi uma inverdade, discurso politiqueiro de um adversário nosso de Morada Nova", garantiu, apontando ainda que a fala do vice-líder foi no sentido de deturpar os fatos para "obter vantagem política".

O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Antonio Carlos (PT), disse que as obras em Pedra Grande ainda não foram iniciadas. Já a licitação do projeto para Quixelô, onde o deputado Cavalcante afirma que o projeto foi aprovado pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Antônio Carlos garante que ainda não foi feita. "Não há nenhuma irregularidade em nenhum dos processos. Intermediar o pedido de uma associação é legítimo, mas há critérios republicanos. Acho que esse assunto está mais do que esclarecido", argumentou.

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